PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018
Jovens: SEU REINO NÃO TERÁ FIM: Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus
COMENTARISTA: NATALINO DAS NEVES
COMENTÁRIO: EV. JOSÉ LUCAS NETO
LIÇÃO Nº 3 – O BATISMO DE JESUS
INTRODUÇÃO
O Evangelho de Jesus segundo escreveu
Mateus registra o batismo de Jesus inaugurando a consecução pragmática
do ministério de Cristo em ensinar e pregar sobre o reino de Deus, além
de curar os enfermos, culminando com a salvação da humanidade através de
seu sacrifício na cruz do Calvário.
Nesta lição estudaremos sobre o batismo
de Jesus, considerando o batismo judaico, o batismo de João Batista, os
batismos realizados por Jesus, o batismo cristão nas águas, finalizando
com a posição de que o batismo nas águas não é o pré-requisito para a
salvação e vida eterna.
1. O BATISMO JUDAICO
Antes da consolidação do batismo nas
águas realizado por João Batista, os judaizantes praticavam um batismo
nas águas dos prosélitos (gentios convertidos ao judaísmo) que em sua
essência promovia a libertação dos batizados da prática da idolatria e
do paganismo. Este batismo consistia na própria imersão da pessoa em
água, enquanto dois ministros judaicos recitavam textos da "Torah" (o
Pentateuco), de tal modo que, a partir do seu batismo conforme a
liturgia judaica, o batizado ficava obrigado a obedecer e praticar os
preceitos da Lei.
2. O BATISMO REALIZADO POR JOÃO BATISTA
João Batista, filho de Zacarias e
Isabel, foi profetizado pelo profeta Isaías como aquele que clamaria no
deserto com a sua voz preparando o caminho para a vinda do Senhor Jesus,
o Messias prometido para a salvação da humanidade. (Is 40:3-5) João
Batista ao iniciar seu ministério apresentou uma postura separatista do
judaísmo e acreditam muitos estudiosos e historiadores bíblicos que ele
tinha uma aproximação com o chamado grupo religioso denominado essênios,
grupo este que vivia isolado no deserto e das comunidades urbanas,
utilizando indumentárias de pêlos de camelo e alimentação a base de
gafanhotos e mel silvestre. (Mt 3:1-4) João Batista conclamava a que
todos se arrependessem dos seus pecados e se batizassem nas águas do rio
Jordão para remissão de seus pecados e abertura de um novo Caminho,
diferente da religião judaica que preceituava ritos e valores, tais
como, a mera filiação em Abraão e a circuncisão como fatores essenciais
para a salvação. O profeta que clama no deserto criticou duramente os
fariseus e saduceus judaicos, inclusive, denominando-os como raça de
víboras, e ao mesmo tempo, conclamou-os a que produzissem frutos dignos
de arrependimento, pois, a justiça de Deus estava bem próxima para punir
aos que não produzem bons frutos, inclusive o de arrependimento dos
pecados. (Mt 3:5-10; Lc 3:7-14)
João Batista, aquele que não era o
profeta Elias, mas tinha a sua postura espiritual, no mesmo espírito do
profeta Elias, anuncia que o seu batismo não era apenas realizar uma
separação com o sistema religioso judaico da época, mas também, além de
apontar um novo Caminho para a salvação e postura espiritual, o de
confirmar que o batismo realizado por ele nas águas para remissão dos
pecados precedia o Batismo com o Espírito Santo e com fogo a ser
realizado por Jesus Cristo, o Filho de Deus, enviado pelo Senhor para a
salvação da humanidade. (Mt 3:11-12)
3. O BATISMO DE JESUS NAS ÁGUAS DO RIO JORDÃO
Apesar de uma inicial resistência de
João Batista em batizar Jesus Cristo por entender que Ele não tem pecado
e é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, demonstrado pelo
próprio João Batista que ele não era digno de nem atar as sandálias dos
pés de Jesus, quanto ao mais batizá-lo, e na verdade ele é que deveria
ser batizado por Jesus, O Senhor Jesus fez questão que se cumprisse a
Lei.(Mt 3:13-15; Jo 1:19-31; )
Neste contexto, Jesus foi batizado por
João Batista nas águas do rio Jordão, não pelo motivo de arrependimento e
remissão de pecados, mas para anunciar publicamente, o início do
ministério terrenal de Jesus para salvar a humanidade, ratificado pelo
testemunho da aparição sobrenatural do Espírito Santo, tipificado em uma
pomba, e pela voz advinda dos céus de Deus Pai que disse: "Este é o meu
Filho amado em quem me comprazo". Assim inicia-se o ministério de
Jesus, o cristianismo, um novo governo da humanidade que não terá fim
com poder e glória superior a qualquer governo humano natural ou governo
de falsos deuses sobrenaturais. (Mt 3:16-17).
4. O BATISMO REALIZADO POR JESUS
João Batista anunciou que Jesus Cristo
batizaria os pecadores arrependidos com o Espírito Santo e com fogo.
Logo, o que significa batizar com o Espírito Santo e com fogo?
4.1.O BATISMO SALVÍFICO DO ESPÍRITO SANTO
É a promessa de Deus em que o Espírito
Santo entra no coração de uma pessoa pela pregação da Palavra de Deus, e
pelo despertar de sua fé, e a transforma inteiramente quanto aos seus
valores morais e éticos, e segundo o reconhecimento desta pessoa de ser
um pecador e necessitar da salvação em Cristo, vindo então, a sua
conversão e regeneração, o Espírito Santo lhe transmite uma nova
natureza divina e passa a habitar dentro desta pessoa. Este batismo
salvífico é espiritual e tipifica o selo do Espírito Santo na alma do
pecador arrependido.(Ez 36:26-27; Rm 10:8-17;Jo 20:19-22; Ef 1:13: Ef
4:30; 1 Co 3:16-17).
4.2. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
É um ato invisível e realizado somente
por Jesus, sendo um presente de Deus dado a uma pessoa temente ao
Senhor, não como prêmio a um merecimento, mas a uma virtude do próprio
Senhor em conceder esta bênção e não daquele que recebe, sendo o batismo
no Espírito Santo em sua essência um revestimento de poder de modo a
capacitar o crente em Jesus a ser uma intrépida testemunha de Cristo em
todo o mundo e realizar a sua missão para a edificação e aperfeiçoamento
dos santos. (Lc 24:44-49;At 1:6-8)
4.3. O BATISMO COM FOGO
Este batismo é entendido como o
julgamento final que Jesus vai realizar em sua 2ª vinda ao planeta
terra, pois, em sua 1ª vinda Jesus veio salvar a humanidade, porém, em
2ª vinda virá para julgar destinando os salvos para vida eterna no céu e
os perdidos para os sofrimentos eternos, ou seja, a morte eterna no
lago de fogo e enxofre conhecido como "Geena". (Ap 20:11-15)
5. O BATISMO CRISTÃO NAS ÁGUAS
5.1. ETIMOLOGIA DA PALAVRA BATISMO
Oriunda da palavra grega "bapto" ou
"baptizo", o batismo nas águas significa "fazer mergulhar na água"
caracterizando uma total imersão do corpo inteiro de uma pessoa pelo ato
de entrar e sair da água.
5.2.DEFINIÇÃO DE BATISMO NAS ÁGUAS
Esta ordenança é o primeiro mandamento
ritual do Senhor Jesus dada a igreja que praticamente marca o início da
vida cristã de uma pessoa, sendo normalmente realizado por imersão total
do corpo nas águas, onde ao submergir o velho homem pecador é sepultado
e ao emergir este é purificado surgindo um novo homem em Cristo que
ratifica a sua confissão pública de fé em Jesus como Salvador e Senhor
de sua vida diante de Deus e dos homens. (Mt 28:18-20)
5.3.SIGNIFICADO DO BATISMO NAS ÁGUAS
O batismo nas águas carrega em seu bojo
um significado importante na vida espiritual de um crente em Jesus,
pois, no momento do batismo por imersão nas águas, espiritualmente
demonstramos de forma materializada que ao submergirmos no leito da água
batismal somos sepultados com Cristo morrendo o velho homem pecador e
sequencialmente quando emergimos ressuscitamos com Cristo na condição de
um novo homem sendo incluído no corpo de Cristo (a igreja universal)
evidenciando um caráter moral e espiritual segundo a imagem e semelhança
do Senhor Jesus na condição de salvo e com posse da vida eterna.(Rm
6:3-11)
6.O BATISMO NAS ÁGUAS NÃO É UM SACRAMENTO
Muitas correntes teológicas acreditam
que o batismo nas águas é um sacramento, ou seja, algo santo, sagrado e
consagrado e que é indispensável para o processo da salvação e creem a
partir de textos bíblicos que aparentemente nos induz a entender isto,
entretanto, em sua essência estes textos tem significado diferente desta
ótica primitiva. Dentre os mais contundentes está o do Evangelho de
Jesus segundo escreveu Marcos 16:16 que diz: ¨ Quem crer e for batizado
será salvo, quem porém, não crer será condenado".
Ao contrário do que se possa pensar, o
batismo nas águas, não é pré-requisito para a salvação, porque se assim o
fosse estaríamos agregando ao sacrifício de Cristo um rito simbólico
para a salvação, isto quer dizer, o sacrifício do sangue de Jesus
derramado na cruz não era suficiente para a salvação. Este texto
registrado em Marcos traz em seu bojo apenas o entendimento de que uma
vez que fomos remidos de nossos pecados então nos batizamos como
obediência a uma ordenança do Senhor Jesus.Por sermos salvos nos
batizamos nas águas para obedecer na qualidade de servos uma ordem do
Senhor e não nos batizamos para sermos salvos, senão, estaríamos
retrocedendo aos preceitos do judaísmo que apoiavam a salvação a
agregação de ritos contestados veemente pelo Apóstolo Paulo, pois, a
nossa justificação diante de Deus se dá exclusivamente pela fé em Jesus.
(Rm 2:21-31)
7. CONCLUSÃO
O Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus nos apresenta o batismo nas águas como um rito simbólico da união
do pecador arrependido com Cristo em sua morte e ressurreição,
tipificando uma purificação visível que estabelece uma confissão pública
diante de Deus, do ministro do Senhor e das testemunhas oculares de que
só em Jesus é que obtemos a salvação e vida eterna. Shalom Adonai !
Fonte:
https://proflucasneto.files.wordpress.com/2018/01/notas_1t_2018_jovens_lic3a7c3a3o-3_o-batismo-de-jesus.pdf
Acesso em 15 jan. 2018
http://www.portalebd.org.br/classes/jovens/1613-licao-3-o-batismo-de-jesus-iv
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